Pessoal,
Após um hiato o blog volta à ativa! E já indicamos o principal evento antropológico nacional, a ser realizado entre os dias 02 e 05 de Julho na PUC de São Paulo. A maior parte das mesas, grupos de trabalho, simpósios e conferências só podem ser acompanhados mediante inscrição prévia, mas há toda uma programação pré e pós evento aberta, gratuita e livre para tod@s @s interessad@s!
Destacamos abaixo a programação preparada para este final de semana, os dias 30/06 e 01/07: Workshop Estudos Antropológicos sobre Sexualidade: tendências, intersecções e
fronteiras
Imperdível!
PE04 -
Workshop Estudos Antropológicos sobre Sexualidade: tendências, intersecções e
fronteiras
Coordenação: Laura Moutinho (USP), Regina
Facchini (UNICAMP), Sérgio Carrara (UERJ)
Desde a
Constituição de 1988, vêm se expandindo no Brasil uma legislação e uma
jurisprudência contra diversas formas de discriminação, possibilitando o acesso
das chamadas “minorias” à justiça e, particularmente, aos direitos sociais. O
discurso jurídico vem se transformando não somente através da incorporação de
novas definições, mas igualmente de novos recursos e personagens, em um quadro
que ganhou especial impulso desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Um dos
pontos altos deste processo foi, por exemplo, a mobilização em torno do decreto
presidencial de novembro de 2007, pelo qual o Presidente Luis Inácio Lula da
Silva convocou a I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis
e Transexuais, que ocorreu em junho de 2008, em Brasília. O Brasil não se
encontra isolado neste campo. As mudanças ora em andamento devem ser
compreendidas no contexto mais amplo que remonta ao fim da Segunda Guerra
Mundial, com a criação da ONU (e o novo tipo de diplomacia que a seguiu) e a
divulgação da Declaração dos Direitos Humanos, de 1948. O entrecruzamento de
novos temas e sujeitos vem, concomitantemente, ganhando espaço no campo
político. Especialmente a partir do um processo de inflexão que marca o cenário
global através de inúmeros diplomas internacionais, como a Convenção 169 da OIT
(1989), Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo
1994), a 4ª Conferência Mundial da Mulher (Beijing, 1995), a Conferência Mundial
contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata
(Durban, 2001). Neste amplo e complexo campo, faz-se ainda necessário considerar
a ação eloqüente de agências de cooperação internacional no incentivo à luta por
direitos e à produção de dados e pesquisas. Em sua ação multifacetada e
polifônica, a produção antropológica vem desempenhando um importante papel neste
cenário, que ainda não foi devidamente mapeado e analisado, especialmente no que
tange à produção de pesquisas e reflexões sobre sexualidade. Nesta primeira
década do Século XXI, uma grande quantidade de dados e conhecimentos
heterogêneos vem sendo produzida. Temos assistido tanto ao reconhecimento e à
legitimação do tema em cenários antes refratários ao seu desenvolvimento quanto
a um reposicionamento dos próprios sujeitos do conhecimento, tendo em vista o
frequente entrecruzamento das agendas acadêmica e política. Formas antigas de se
compreender a abrangência e amplitude da sexualidade vêm sendo re-semantizadas,
grupos de trabalhos e mesas redondas proliferaram nos principais congressos da
área. Instituições e centros de pesquisa foram criados em articulação com novos
e antigos programas de pós-graduação, que vêm igualmente fomentado novas linhas
de pesquisa - eventualmente consubstanciadas em grupos de pesquisa do CNPq.
Faz-se ainda necessário considerar como outras iniciativas relevantes para o
desenvolvimento e institucionalização das pesquisas sobre sexualidade no país,
os editais específicos lançados pelo CNPq, bem como programas que estimulam
parcerias institucionais entre diferentes regiões do Brasil, como o PROCAD,
proposto pela CAPES. Neste sentido, este workshop tem como objetivo produzir um
mapa das tendências e principais linhas de força que vêm constituindo o campo
dos estudos antropológicos sobre sexualidade no Brasil. Serão considerados os
seguintes itens e questões: - Recuperação do processo de insersão e
visibilização da temática na programação de encontros científicos nacionais e
balanço dos temas, tendências, distribuição regional dos trabalhos apresentados
em GT ou programação científica na RBA, Anpocs, SBS, SBPC, CISO, REA e por
associações nacionais específicas, como é o caso da ABEH; - Mapeamento e análise
dos principais temas, distribuição regional, tempo de constituição e nível de
envolvimento com a temática dos grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de
Grupos do CNPq; - Mapeamento de mecanismos formativos através da análise da
incidência da temática da sexualidade nos Programas de Pós-Graduação; -
Mapeamento de temas, distribuição regional e tendências no campo a partir da
experiência da organização de eventos e periódicos científicos temáticos; -
Análise do histórico e tendências no fomento à pesquisa na temática da
sexualidade e de suas interfaces; - Análise das interfaces entre produção de
conhecimento antropológico e as questões relacionadas a
direitos.
Programação
Mesa-Redonda "Mapeamento de campo:
mecanismos e estratégias formativas"
30/06/2012 -
manhã
Cristina Donza (Programas de Pós-Graduação - UFPA), Regina
Facchini (Grupos de pesquisa - Unicamp), Carmen Rial/Joana Pedro (Fazendo Gênero
- UFSC), Suely Messeder (Enlaçando Sexualidades - UNEB), Fabiano Gontijo (CISO -
UFPI), Laura Moutinho (USP), Carlos Guilherme Valle (REA - UFRN)
Mesa-Redonda "Organização e visibilização
da sexualidade sob a perspectiva antropológica em associações
científicas"
30/06/2012 - tarde
Adriana Piscitelli (ABA
Sexualidade - Unicamp), Júlio Simões (Anpocs - USP), Maria Filomena Gregori
(Anpocs - Unicamp), Luiz Mello (SBS - UFG), Antonio Cristian Saraiva Paiva (SBS
- UFC), Peter Fry (SBPC - UFRJ), Leandro Colling (ABEH - UFBA), Daniela Knauth
(Abrasco - UFRGS)
Mesa-Redonda "Publicações científicas:
mercado editorial e tendências temáticas"
30/06/2012 -
tarde
Miriam Grossi (Revista Estudos Feministas - UFSC), Iara Beleli
(Cadernos Pagu - Unicamp), Alípio de Sousa Filho (Bagoas - UFRN), Sérgio Carrara
(Sexualidad, Salud y Sociedad - UERJ)
Mesa-Redonda "A interface ente direitos,
sexualidade e antropologia"
01/07/2012 - manhã
Claudia
Fonseca (ABA Direitos Humanos - UFRGS), Lia Zanotta Machado (UNB), Guita Grin
Debert (Unicamp), Jane Beltrão (UFPA), Maria Luiza Heilborn (CLAM-IMS-UERJ)